Bar e Bat Mitzvah

Bar e Bat Mitzvah

 A transição da infância para a vida adulta é comemorada em várias comunidades ao redor do mundo. De acordo com a tradição judaica, é no início da adolescência que as pessoas estão prontas para serem responsabilizadas por seus próprios atos. É neste momento que os jovens aprendem a canalizar suas energias para boas ações e a pensar mais no outro do que em si mesmo. Durante o bat-mitzvá (meninas) ou bar-mitzvá (meninos), os jovens firmam o compromisso de manter os mandamentos da Torá, o livro sagrado dos judeus, e de se tornar uma pessoa melhor.

O bar- mitzvá (que significa "filho de um mandamento") significa a maioridade na cultura judaica, a transição da fase infantil para a juvenil. O evento é comemorado quando o garoto faz 13 anos e a celebração ocorre na sinagoga, em horário especial, acentuando os princípios da religião judaica. Na sinagoga, os serviços religiosos são realizados por um rabino e os homens usam a kippa em sinal de respeito. Durante a cerimônia, o menino lê o Pentateuco, trechos da Tora (livro sagrado dos judeus). O discurso do jovem é umcostume antigo e tem o intuito de mostrar aos convidados seu grau de conhecimento da Torá.

Durante a festa do bar-mitzvá, existe um pequeno cerimonial, onde o pai, a mãe, os irmãos e o jovem entram ao som de música judaica. O garoto se dirige à pista, corta um pedaço do pão e brinda com vinho kosher (alimentos que seguem as tradições judaicas). Depois, distribui o pão para a família e convida os amigos para acender as 13 velas, cada uma simbolizando um ano da vida do bar-mitzvá. Geralmente, os bolos têm formato de símbolos judaicos, como a estrela de David. Após os rituais, a família beija o aniversariante e todos dançam ao som de música judaica, numa grande roda. No Shabat (dia sagrado do Judaísmo) que sucede o aniversário de 13 anos, o menino lê a Torá no serviço matinal da sinagoga. Vale ressaltar que os rituais e o tipo de comemoração variam em cada família judaica. Ocorrem desde festas mais tradicionais até as mais modernas, com todo o requinte e sofisticação.

Bem mais recente que o bar-mitzvá, o bat-mitzvá nasceu nos anos 1920, numa tentativa de oferecer uma iniciação religiosa às mulheres, semelhante a que já ocorria com os garotos. Até então, a mulher tinha um papel secundário na religiosidade judaica. Com a celebração do bat-mitzvá, reconhece-se a importância da mulher na sociedade, tanto na função sagrada de cuidar da casa e da família, como também na função cultural de educar religiosamente os filhos. O bat-mitzvá ("filha de um mandamento") é também uma homenagem às matriarcas do povo judeu, como Sara (esposa de Abraão) e Raquel (esposa de Jacob).

O bat-mitzvá também significa a maioridade religiosa para a garota judaica, mas ocorre quando a menina completa 12 anos. O bat ocorre antes do bar pois a cultura judaica entende que o desenvolvimento físico e emocional das meninas ocorre antes dos garotos. Na maioria das vezes, um conjunto de meninas se prepara durante meses para o evento, recebendo aulas sobre a tradição e os costumes do Judaísmo. O bat-mitzvá consiste numa cerimônia religiosa, realizada na sinagoga, onde as meninas e seus familiares cantam e rezam. No bat-mitzvá, a menina torna-se o baluarte da família, sendo responsável por preservar costumes e tradições judaicas em seu lar.

Geralmente, o ritual do bat-mitzvá é coletivo e acontece à noite. Durante a festa, são cantadas músicas do Sidur, livro de reza. O ritual do acendimento de velas também é semelhante ao bar-mitzvá: a aniversariante faz um cerimonial com 12 velas e convida amigos para acender cada uma. A partir do bat-mitzvá, as garotas têm a responsabilidade de acender as velas de sexta-feira em seus lares (na véspera do Shabat). Como presentes, a bat ou o bat-mitzvá costumam ganhar livros religiosos ou de valor educacional, poupanças para garantir estudo no futuro e quantias em dinheiro. Em algumas famílias, tem-se o costume de dar valores múltiplos de 18, considerado o número da sorte. Se o aniversariante ganha 36, é sorte em dobro, e assim por diante.

Em ambos rituais, os jovens se aproximam de Deus como um filho se aproxima dos pais. Na maioria das vezes, parentes e amigos do bar ou bat-mitzvá fazem discursos encorajadores durante a cerimônia, estimulando o(a) jovem a ser um bom adulto judeu, cumprindo os ensinamentos da Torá e vivendo sua espiritualidade com plenitude e alegria.

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